terça-feira, 22 de novembro de 2011

The Crisis

Como tenho prazer em dizer. 
Que aprendi a amar a tristeza. 
Pelo triste belo das notas soadas. 
Por The Crisis, esta bela sonata.



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Vovó Clara

Ah! Como eu tenho saudade
daquela senhora de idade.
Teus anos eram tantos
quantos os teus cabelos brancos.

As cantigas sem eira nem beira ,
cantadas por aquela senhora mineira
era motivo de risos, agora chôro,
de tantas saudades daquele coro

Ah! Como tenho saudades de ti vovó Clara,
tua ausência me abate e me cala,
mas me reconforto por tu estar com Deus,
aí no céu, juntamente com os teus,
a quem em sua vida inteira amou.

Assim despeço-me desta humilde poesia
em sua homenagem deixa-a escrita,
embora me falte aqui a alegria
por estar sem ti mais um dia...

Sua benção, minha avó.



Tiago di Moura

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vargem Grande

No meio de Minas Gerais,
No seio das selvas faunais,
De ti sou eterno amante.
Dos belos campos de Vargem Grande.


Tiago di moura

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Moça Triste

Ah! Doce beleza,
Pra ti,
Formosa lindeza,
Ali,
meus olhos, meu bem 

Não olharam pra mais ninguém,

Ah! Doce beleza,
Bela morena, olhos negros,
Moça pequena, grandes segredos,
Seus olhos escondem a tristeza,
Seu falso riso me dá a certeza,
De que és triste.

Ah! Como daria minha alegria,
Para ver o molde do teu riso
Mas enquanto não chega este dia.
Continuo aqui,
Meu bem,
Olhando somente para ti,
E pra mais ninguém.


Tiago Di Moura


sábado, 15 de outubro de 2011

Poema do Viajante Solitário

Em um dia qualquer
Decidi ir além, fui ao norte do mapa,
Sozinho, sem ninguém, completamente sem nada
À selva de pedra, às montanhas de concreto
À camponesa cidadela, ao senado e seus decretos,
Escalei o Grand Canyon, explorei Hollywood,
Procurei por você, mas te encontrar eu não pude.

Fui às pirâmides, à índia, à grande muralha,
Vi homens infames, criaturas estranhas, poderosos de farda
Visitei a rainha, os castelos da Irlanda, a terra dos dragões,
Coragem eu tinha, passei pela Holanda, fiz visita aos alemães
Escalei o Everest, fui à terra de Cristo.
Viajei do leste a oeste, tudo por mim foi visto.
Procurei por você, mas não pude te encontrar

Andei por toda a terra a procurar
Cansei-me, mas não desisti, fui andar
Andei mais além do que poderia pensar,
Então vi que era o momento de voltar,
Retornar a minha vida pacata, para o meu habitat.
Fui à busca de ti e não pude encontrar.
Você que me chama, em meus sonhos a cantar.

Sei que tu existes neste mundo, em algum lugar,
Sequer te conheço, mas sei que estás a me esperar
Pronta para o meu abraço, preparada para me amar
Mas enquanto não a encontro fico apenas a sonhar
Não me custa delirar por ti, nisso eu posso acreditar
Vives em minha memória, invento um rosto para lembrar
Vivo apenas na esperança e na ilusão de te achar.


Tiago di Moura


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Foi Você

Foi você!
Que me fez tão bem
que me fez tão mal,
que fez meu amor ir além,
que fez sentir-me tão banal.

Foi você!
És responsável por tudo isso,
és culpada, e eu tinha previsto.
És réu da minha alegria,
a razão desta poesia,

Na balança fui pesar
o amor, o sofrimento
a paixão e também todo o lamento;
deu meio a meio,
mas no fim o coração
sempre fica cheio
de toda a solidão.

Tiago di Moura

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quando

Quando a escuridão bater,
E a tristeza em sua casa chegar,
Lembres que não deves temer,
Pois tens meu amor pra clarear.

Quando sentires frio,
Mesmo estando em pleno verão,
Creia que é apenas o vazio,
Da ausência de nossa paixão.

Quando estiveres triste,
Lembre-se dos nossos momentos,
Recorde-se dos nossos bons sentimentos.

Mas quando te encontrar feliz,
E de mim já tiver esquecido,
Deixar-te-ei seguir em definitivo.



Tiago Di Moura

Reflexão

Muita coisa mudou
desde o último dia em que nos vimos.
Será que agora Deus juntou
novamente os nossos destinos?

A vida é surpreendente,
este sentimento transcendente
fez-me um escritor
para relatar
todo o nosso amor,
toda a minha dor,

Amar,
é mais que um verbo,
é um sentimento sincero
que nos faz reenxergar,
por meio do sofrimento,
nós mesmos...




Tiago Di Moura

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Escritor

Já escrevi
vários poemas de amor,
exclusivos para ti
minha linda flor...

Já escrevi
para algumas amigas,
coisas da vida
em versos e cantigas.

Já escrevi,
para ninguém,
mesmo sendo alguém
que me inspire a escrever.

Sempre escrevo algo,
e escrevendo eu faço
minha vida em versos.



Tiago Di Moura

Caro Amor



amor;
escrevo-te aqui
para dizer
que sozinho vou seguir
que não precisas vir,
pois do teu mal
já estou embriagado,
e já farto
de tanta dor.

Caro amor,
este é o fim.
Esqueças de mim
me faz este favor.


Tiago Di Moura

Súplica ao Amor Perdido

Ai! Como eu quero,
Como eu peço
Esse chamego,
No sossego,
Isso eu mereço
Merecer-te.
Meu bem querer.
Meu querubim.

Quero-te mais que tudo,
Mais que eu mesmo,
Mais que o mundo.
Pois eu te amo.
Até fiz sua canção.
Toquei-a ao piano
Para te fazer um agrado,
Desejo mais que tudo
Por ti um ser amado.

Deixe-me te querer
Para deixar de sofrer,
É triste aqui sozinho,
Pois os sofrimentos são,
Como um barato vinho
Que embriaga a solidão.



Tiago Di Moura

Psique Humana

É fácil dar esmola,
quando se guarda o resto
do dinheiro que sobra.

É fácil aprovar a guerra,
se não há suplício
tampouco teu sacrifício.

É fácil ser alguém,
ter um olhar de desdém
quando se tem tudo também.

É fácil fechar os olhos,

enquanto você come
e o outro passa fome,



Tiago Di Moura


Bom dia!

Amanheceu,
o céu clareou
o galo cantou.
Bom dia!

A cidade acordou,
o trabalho começou
o sol esquentou
a formiga labuta.

O pássaro voa,
na folha a mariposa
pousa,
o boi pasta no pasto
o beija-flor beija a flor
tudo é alegria.

Disposição
tem cheiro de café.
manhã,
de manteiga e pão.



Tiago Di Moura

Fazer Poesia

Todos os dias,
planejo a rima
Persigo a métrica.

Todos os dias,
abuso delas
espio as letras.

Caço-as.
capturo-as.
no papel,
vão-nas dentro
acrescento,
um pouco
de sentimento.
o que temos?
O POEMA.

Divina

Em meus sonhos fez morada.
seu belo rosto, sorriso, risada,
qual o mal em te querer bem?
Minha anja fêmea, meu querubim.

Viestes da morada divina,
e trouxeste de volta o amor.
Viestes dar fim a minha triste sina,
vistes por fim em minha dor.

Vens trazer esta poesia,
antes do nascer do dia
para raiar minha alegria?

Então venha no fim.
Fim da noite, enfim,
meu querubim.



Tiago Di Moura

Saudade

A saudade é o salário do amor mal resolvido.























Tiago Di Moura

Versinho

Que o breve seja o agora.
Que o agora seja breve.
Que o distante chegue num instante.
Que o instante seja eterno.




Tiago Di Moura

Como ser Poeta

Como ser poeta
num mundo sem amor,
se tudo aqui é dor,
se tudo é só rancor.

Como ser poeta
sem cantar a alegria,
se ao raiar do dia,
encanta-me uma triste cantiga.

Como ser poeta,
se me falta a rima certa
em meus versos tão singelos.

Não posso ser mais poeta.
A palavra me faltou,
e calado eu já estou.



Tiago Di Moura

Amor, amor...

Amor, amor...
Que ainda está por vir.
Amor e dor.
Sempre há de existir.

A dor do amor nos traz sinais.
De emoções oferecidas.
De paixões descabidas.
Daquele que chorou demais.

Amor, amor...
Não é sempre só bondade
Conheço o preço de sua maldade.
De todo o remorso.
De toda a saudade.

Mas eu não mereço.
Mais um fracasso.
Mais um tropeço.



Tiago Di Moura

Maus Dias

Hoje acordei triste.
Despertei Juntamente.
Com o sol bem claro.
Amargo.
Claramente...
Belo e triste.
Uma antítese

Deixo meus versos voarem.
Pelas asas da tristeza.
Novamente me falta a certeza.
Da clareza.
Deixarei de sofrer?
Mesmo que em meu ser
Perdure a solidão?






terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quero

Quero, quero.
O que eu quero?
Quero paz e harmonia.
Quero jazz e melodia.
Tristeza e melancolia?
Isso eu não quero.
Quero saúde e alegria.
Quero Deus em companhia.
O que mais quero?
Você! Amor da minha vida.


Tiago Di Moura

Minas Gerais

Oh! Minas Gerais...
Pequeno país.
Teus campos belos.
Reluzentes mistérios.
Do ouro, da prata,
Da terra, minérios...


Teus verdes montes...
Tão Belos Horizontes.
São Montes Claros.
Um tal de Passos.


Oh! Minas Gerais...
Tens um Rio Doce.
Para viver o Lambari.
Tens o verde guarani.
Tens meu coração.
Tens toda minha inspiração.


Oh! Minas Gerais...
Tens as mulheres mais belas.
Do Brasil as melhores terras.
O queijo molhado, o leite fresco.
Do Barroco ao Arcadismo. O pitoresco.
Faz-nos ser um brasileiro-mineiro. 
Faz-nos filhos de Minas Gerais...




Tiago Di Moura

O Amor

O amor para mim.
É objeto sagrado.
Que possa ser tocado.
Que nunca tenha fim.


O amor para mim.
É mais que um substantivo abstrato.
Vai além de um carinhoso contato.
Não é tão simples assim.


Para mim, o amor.
Não pode ser explicado.
Tampouco doutrinado.
Totalmente averso a dor.


Se tu achas que amas,
Estando a sofrer.
Lamento em dizer.
Que a ti tu enganas...


Tiago Di Moura

Confissão

Ó minha adorada.
Onde você estiver.
Ao menos por um minuto se quer.
Lembre-se de mim.
Pois não te esqueço.
Confesso que não mereço,
A sua doce companhia.
Perdoe a minha teimosia.
Mediadora do nosso amor.

Estou sempre distante.
Sempre a lembrar do teu sorriso.
Sempre a lembrar do teu semblante.
Tudo isso eu guardo comigo.
Os eternos momentos contigo.
Amor.



Tiago Di Moura

Sabes

Sabes.De ti pouco sobrou.
O que sobrou se curou.
Agora, pela esperança.
Deixo de lado as más lembranças.

Sabes.
Do pouco que me deixou.
Até o tempo em que me amou.
Não perpetuo indignação.
Exceto pela maldita ingratidão.
Que me cravou o peito.
Deixou-me desfeito.
É o pior dos sentimentos.
Causador de isolamento.
É sórdido, ingrato.
Insensato.

Sabes.
De tudo que fazemos.
Por mais que demonstremos,
É pela experiência que digo.
Que não há maior castigo.
De cair no esquecimento.

Mas...
Como uma lendária Felix.
Das cinzas renascemos.
E todo o mal nós esquecemos.

Sabes...
Eu renasci.



Tiago Di Moura

Oração

Senhor.
Sei que sou ingrato.
Também sei que sou insensato.
Mas mesmo assim o senhor me ama.

Senhor.
Muitos são meus desafetos.
Quantos foram os atos incorretos.
Mas mesmo assim o senhor me ama.

Senhor.
Professo a ti como meu criador.
Confesso, sou ingrato e pecador.
Mas mesmo assim o senhor me ama.

Senhor...
Hoje eu nada pedirei.
Basta-me apenas agradecer-te pelo seu amor.




Tiago Di Moura

Soneto Fúnebre


Adentro.
Ao fúnebre quarto.
A quem eu amparo?
Há um caixão ao centro.


Agonia.

Um [falso] choro se ouvia.
O silêncio da alegria.
A tristeza fazia-se poesia.

Há um perfume de flor.
Paira no aroma do rancor.
Os olhares de satisfação ao defunto...

Alguém dizia: Aqui jaz um tirano...
Cultivou riqueza, trouxe angústia o tal fulano.
E agora vai ter com as larvas.



Tiago Di Moura

sábado, 21 de maio de 2011

Cotidiano

Em uma manhã no transporte coletivo...

Vejo uma linda mulher.
Fito-a.

A mulher sorri.
Eu retribuo.
Os olhares se estendem.
Alguns por minutos.
Ambos duelam.
Desvio o olhar?
Não.
Um aceno.
O interesse.
Uma palavra.
Li seus lábios.
Desvio o olhar?
Ainda não.
No sacudir da viagem.
Ambos ficam em silêncio.
O ônibus para.
Ela desce... eu desço,


E cada um segue seu destino...


Tiago Di Moura


terça-feira, 17 de maio de 2011

Recomeço

Fazemos promessas.
Planos... Como fiz.
E agora o coração me diz.
Tiago;
Esqueça os planos e seja feliz.

Mas tenho uma última promessa.
Aquela de seguir em frente.
Tu não és mais inocente.
Siga Tiago, se contente.

Farei um aborto do passado.
Esquecer tudo e deixar de lado,
E, por mais que eu fique mudo.
Sabendo que perdi tudo
Não abandonarei minha verdade...
O que não me falta é vontade.

Para recomeçar...

Tiago Di Moura

Poeminha da Vida

A vida é injusta?
Nada disso.
Você que se frustra.
Você que é omisso.
A vida é boa,
Para quem quer viver.
E se alguém te magoa.
Lamento dizer.
Pra quem quer ouvir.
Mesmo quando o ferir.
A vida é justa sim.
E ao final da vida enfim
Verás que valeu a pena.
E, nesta prosa pequena. 
Aqui encerro este poema.

Tiago Di Moura

Aceitação

Não questione.
Se assim foi feito.
Se para esse mal não há jeito
Não reclame.

Entenda
Mesmo que não faça sentido.
Mesmo que fingido.
Compreenda.

Não implore.
Se não é caso de morte.
Mesmo se perdido a sorte.
Não chore.

Tiago Di Moura

Poema do Navio

O que farei?
Perdi meu porto seguro
Meu leme segue sem rumo.
O que terei?

Que tristeza...
Que vazio...
Vai o navio...
Sem beleza...

Navio.
Fazes-me um favor?
Leve-me às belas terras.
Com praias lindas e belas serras.
Capaz de devolver-me o calor.
Aquele que perdi em dias de guerras.
Isso mesmo... Roubaram-me as esperanças.
Abateram meu corpo à lanças.
Feriram-me de morte.

Tiago Di Moura



Olá, Tristeza!

Dói.
Assim me apunhala o peito.
Esse amor com despeito.
Destrói.

Corrói.
O coração mutilado.
Desse peito saqueado.
Reconstrói.

Tiago Di Moura


NO MAIS, VOU INDO, ESTOU BEM...

Minha alma punge a mais bela melodia
Estou regado ao mais belo dos sentimentos.
Não há versos que descreva essa euforia.
Estou a desbravar os céus pelos seus olhos.
Pois me libertastes desse profundo Sofrimento
Ao sucumbir no labirinto das más lembranças.

Como sofri no mundo de ninguém.
A morte me libertou do mal da dor.
Mas tive dias de glórias também.
Aquelas do passado meramente felizes.
Meus versos provam que fui vencedor.
Venci a tristeza, mas me sobram as cicatrizes.

Esta – cicatriz no meio do peito – é a do amor.
Veja, é minha preferida, e agora a mostro a ti;
Ó bela dama, doce... A mais bela flor.
De todas do jardim, como aquela nunca vi.
Mas o destino e a vida assim quiseram.
Que o mal prevalecesse e assim fizeram.

No mais, vou indo, estou bem.
Deixo lembranças e um abraço aos amigos.
Já aviso, darei todos os meus bens aos mendigos.
Pois, pra onde vou não precisarei de vinténs.
Sem mais delongas, essa prosa vou encerrar.
Esse simples adeus que estou a mandar.

Tiago Di Moura

Sem Inspiração

















Resolvi escrever hoje.
Sobre o que escreverei?

Vou escrever sobre amor.
Vou escrever sobre paixão.
Mas o amor me traz a dor.
E de paixão não escrevo não.

Mas eu ainda quero escrever.
Do que escreverei?

Posso escrever algo feliz.
Vou escrever sobre felicidade.
Algo mais o menos sem diretriz.
Mas com certa finalidade.

Tiago,
Pense em coisas boas.
Pois é tão triste não ter nada.
Que te esboce uma risada.
Que te alegra nas pessoas.
Pense Tiago,
Tente.

Pense em sua família,
Escreva sobre sua vida.
Cante a natureza.
Descreva Deus e sua grandeza.
E os amigos?
Que tal escrever sobre isso?
E não direi que fui omisso.
Que na vida só cultivei inimigos.
Pois de fato eles me sobram.
O que me falta é inspiração.

Vou escrever algo.
Mas o que escrever?

Tiago Di Moura


A Pena

Passa o vento.
Leva a pena.
Observo atento.
Tal curiosa cena.

A pena vai subindo.
Como a pena é leve.
Como tudo é lindo.
Como tudo é breve.

A levíssima pena luta.
Reluta com a realidade.
 O pujante vento a disputa.
Com a força da gravidade.

Vejo-me como aquela pena.
Que levíssima e lenta.
Voa na brisa perdida.
Pelos ventos da vida.
Conduzida sem o querer.
E com a mesma medida.
A gravidade a faz descer.

Tiago Di Moura

Meus Parabéns, Fernanda Ventura.

Senhorita.
Tudo em você encanta.
Felicito-te Fernanda.
Através desta escrita.

Vem de Paranaguá a moça bailarina.
Deus te abençoe, mulher menina.
Parabéns pra você, linda criatura.
Feliz aniversário Fernanda Ventura!

Tiago Di Moura

O Pássaro da Floresta Esperança

Na floresta esperança.
Um pássaro canta.
Encanta com seu canto.
No seu canto ele canta.
O seu canto encanta.
A floresta canto a canto.

Na floresta esperança.
A flor floresce.
Vibra a fibra verde.
Voa o inseto incessantemente.
Na folha pousa a mariposa

O pássaro passeia no pasto.
No pasto o pássaro pousa.
Brisa o pássaro cantante.
Seu colo abriga a brisa.

Chega o homem mau.
Maltrata o verde vibrante.
Seca o rio, mata o piau.
O pássaro foge ofegante.

Acaba a alegria.
Começa a tristeza.
Finda a melodia.
Fim da natureza.

- O pássaro nunca mais cantou na floresta esperança.

Tiago Di Moura



Sonho

É esse olhar doce, tentador e amável.
Olhar de maldade, mas a boa maldade.
Sim, seu caso é tipicamente saudável.
És uma antítese, tímida, és selvagem.

Assim sonhei.
Que com seu olhar me dizias.
As frases mais lascivas.
Que nunca imaginei.

Prendes-me em suas sedutoras cadeias.
Este homem sem beleza a quem seduzes.
Ao pecado da carne me induzes.
Enroscou-me como mosca na teia.

No entanto.
Vejo-te em outro momento.
Face pálida de tristeza. Fria.
Sem encanto.
Agora tu és gélida. Sombria.
Seu olhar revela o tormento.
Para onde foi tua alegria?

Acordo.
Febril e inquieto.
Só acordei.

E mais nada...

Tiago Di Moura

Solilóquio

Felicidade.
Tange a saudade.
Traz a tristeza.

Um dia fui menino.
Na inocência fui feliz.
Hoje amargo um destino.
Que não querendo quis.

Talvez cante a alegria.
Mesmo em noites sombrias.
Creio que Deus saberia.
Dar fogo às cinzas frias.

Preciso aquecer minha alma rouca.
De tanto gritar de desencanto.
Falta-me a saliva, seca a boca.
De poucos sorrisos, de muito pranto.

Meus versos são amargos, quentes.
São palavras ao vento,
- Invento.
Um escape para minha alma doente.
- Incessantemente.
Vou em busca do mais puro encanto.
 Lá deixarei todo o pranto e tristeza.
Que um dia furtou meu canto e beleza.

Tiago Di Moura