sábado, 21 de maio de 2011

Cotidiano

Em uma manhã no transporte coletivo...

Vejo uma linda mulher.
Fito-a.

A mulher sorri.
Eu retribuo.
Os olhares se estendem.
Alguns por minutos.
Ambos duelam.
Desvio o olhar?
Não.
Um aceno.
O interesse.
Uma palavra.
Li seus lábios.
Desvio o olhar?
Ainda não.
No sacudir da viagem.
Ambos ficam em silêncio.
O ônibus para.
Ela desce... eu desço,


E cada um segue seu destino...


Tiago Di Moura


terça-feira, 17 de maio de 2011

Recomeço

Fazemos promessas.
Planos... Como fiz.
E agora o coração me diz.
Tiago;
Esqueça os planos e seja feliz.

Mas tenho uma última promessa.
Aquela de seguir em frente.
Tu não és mais inocente.
Siga Tiago, se contente.

Farei um aborto do passado.
Esquecer tudo e deixar de lado,
E, por mais que eu fique mudo.
Sabendo que perdi tudo
Não abandonarei minha verdade...
O que não me falta é vontade.

Para recomeçar...

Tiago Di Moura

Poeminha da Vida

A vida é injusta?
Nada disso.
Você que se frustra.
Você que é omisso.
A vida é boa,
Para quem quer viver.
E se alguém te magoa.
Lamento dizer.
Pra quem quer ouvir.
Mesmo quando o ferir.
A vida é justa sim.
E ao final da vida enfim
Verás que valeu a pena.
E, nesta prosa pequena. 
Aqui encerro este poema.

Tiago Di Moura

Aceitação

Não questione.
Se assim foi feito.
Se para esse mal não há jeito
Não reclame.

Entenda
Mesmo que não faça sentido.
Mesmo que fingido.
Compreenda.

Não implore.
Se não é caso de morte.
Mesmo se perdido a sorte.
Não chore.

Tiago Di Moura

Poema do Navio

O que farei?
Perdi meu porto seguro
Meu leme segue sem rumo.
O que terei?

Que tristeza...
Que vazio...
Vai o navio...
Sem beleza...

Navio.
Fazes-me um favor?
Leve-me às belas terras.
Com praias lindas e belas serras.
Capaz de devolver-me o calor.
Aquele que perdi em dias de guerras.
Isso mesmo... Roubaram-me as esperanças.
Abateram meu corpo à lanças.
Feriram-me de morte.

Tiago Di Moura



Olá, Tristeza!

Dói.
Assim me apunhala o peito.
Esse amor com despeito.
Destrói.

Corrói.
O coração mutilado.
Desse peito saqueado.
Reconstrói.

Tiago Di Moura


NO MAIS, VOU INDO, ESTOU BEM...

Minha alma punge a mais bela melodia
Estou regado ao mais belo dos sentimentos.
Não há versos que descreva essa euforia.
Estou a desbravar os céus pelos seus olhos.
Pois me libertastes desse profundo Sofrimento
Ao sucumbir no labirinto das más lembranças.

Como sofri no mundo de ninguém.
A morte me libertou do mal da dor.
Mas tive dias de glórias também.
Aquelas do passado meramente felizes.
Meus versos provam que fui vencedor.
Venci a tristeza, mas me sobram as cicatrizes.

Esta – cicatriz no meio do peito – é a do amor.
Veja, é minha preferida, e agora a mostro a ti;
Ó bela dama, doce... A mais bela flor.
De todas do jardim, como aquela nunca vi.
Mas o destino e a vida assim quiseram.
Que o mal prevalecesse e assim fizeram.

No mais, vou indo, estou bem.
Deixo lembranças e um abraço aos amigos.
Já aviso, darei todos os meus bens aos mendigos.
Pois, pra onde vou não precisarei de vinténs.
Sem mais delongas, essa prosa vou encerrar.
Esse simples adeus que estou a mandar.

Tiago Di Moura

Sem Inspiração

















Resolvi escrever hoje.
Sobre o que escreverei?

Vou escrever sobre amor.
Vou escrever sobre paixão.
Mas o amor me traz a dor.
E de paixão não escrevo não.

Mas eu ainda quero escrever.
Do que escreverei?

Posso escrever algo feliz.
Vou escrever sobre felicidade.
Algo mais o menos sem diretriz.
Mas com certa finalidade.

Tiago,
Pense em coisas boas.
Pois é tão triste não ter nada.
Que te esboce uma risada.
Que te alegra nas pessoas.
Pense Tiago,
Tente.

Pense em sua família,
Escreva sobre sua vida.
Cante a natureza.
Descreva Deus e sua grandeza.
E os amigos?
Que tal escrever sobre isso?
E não direi que fui omisso.
Que na vida só cultivei inimigos.
Pois de fato eles me sobram.
O que me falta é inspiração.

Vou escrever algo.
Mas o que escrever?

Tiago Di Moura


A Pena

Passa o vento.
Leva a pena.
Observo atento.
Tal curiosa cena.

A pena vai subindo.
Como a pena é leve.
Como tudo é lindo.
Como tudo é breve.

A levíssima pena luta.
Reluta com a realidade.
 O pujante vento a disputa.
Com a força da gravidade.

Vejo-me como aquela pena.
Que levíssima e lenta.
Voa na brisa perdida.
Pelos ventos da vida.
Conduzida sem o querer.
E com a mesma medida.
A gravidade a faz descer.

Tiago Di Moura

Meus Parabéns, Fernanda Ventura.

Senhorita.
Tudo em você encanta.
Felicito-te Fernanda.
Através desta escrita.

Vem de Paranaguá a moça bailarina.
Deus te abençoe, mulher menina.
Parabéns pra você, linda criatura.
Feliz aniversário Fernanda Ventura!

Tiago Di Moura

O Pássaro da Floresta Esperança

Na floresta esperança.
Um pássaro canta.
Encanta com seu canto.
No seu canto ele canta.
O seu canto encanta.
A floresta canto a canto.

Na floresta esperança.
A flor floresce.
Vibra a fibra verde.
Voa o inseto incessantemente.
Na folha pousa a mariposa

O pássaro passeia no pasto.
No pasto o pássaro pousa.
Brisa o pássaro cantante.
Seu colo abriga a brisa.

Chega o homem mau.
Maltrata o verde vibrante.
Seca o rio, mata o piau.
O pássaro foge ofegante.

Acaba a alegria.
Começa a tristeza.
Finda a melodia.
Fim da natureza.

- O pássaro nunca mais cantou na floresta esperança.

Tiago Di Moura



Sonho

É esse olhar doce, tentador e amável.
Olhar de maldade, mas a boa maldade.
Sim, seu caso é tipicamente saudável.
És uma antítese, tímida, és selvagem.

Assim sonhei.
Que com seu olhar me dizias.
As frases mais lascivas.
Que nunca imaginei.

Prendes-me em suas sedutoras cadeias.
Este homem sem beleza a quem seduzes.
Ao pecado da carne me induzes.
Enroscou-me como mosca na teia.

No entanto.
Vejo-te em outro momento.
Face pálida de tristeza. Fria.
Sem encanto.
Agora tu és gélida. Sombria.
Seu olhar revela o tormento.
Para onde foi tua alegria?

Acordo.
Febril e inquieto.
Só acordei.

E mais nada...

Tiago Di Moura

Solilóquio

Felicidade.
Tange a saudade.
Traz a tristeza.

Um dia fui menino.
Na inocência fui feliz.
Hoje amargo um destino.
Que não querendo quis.

Talvez cante a alegria.
Mesmo em noites sombrias.
Creio que Deus saberia.
Dar fogo às cinzas frias.

Preciso aquecer minha alma rouca.
De tanto gritar de desencanto.
Falta-me a saliva, seca a boca.
De poucos sorrisos, de muito pranto.

Meus versos são amargos, quentes.
São palavras ao vento,
- Invento.
Um escape para minha alma doente.
- Incessantemente.
Vou em busca do mais puro encanto.
 Lá deixarei todo o pranto e tristeza.
Que um dia furtou meu canto e beleza.

Tiago Di Moura

Estou Farto

Estou farto.
De suas falsas esperanças.
De sua eterna inconstância.
De sua ausência em presença.

Estou farto.
Quando sinto sua falta.
Quando dói a alma.
Quando me pego a chorar.

Estou farto.
Tudo pareceu amor.
Tudo que resta agora é dor.
Tudo agora é nada.

Estou farto...

De você.
De mim.
De nós.

Tiago Di Moura

Soneto da Agonia

Digo que o ar está hermético.
Sinto o mais puro aroma de nada.
Face pálida da incredulidade do cético.
Em um paquete no frio da madrugada.

Minha alma está ferida e engessada.
Minha mente é uma constante inconstância.
Sou um paradoxo sem concordância.
Ou talvez uma pintura descorada.

No labirinto de águas busco a bela rima.
Não a encontro, desencontro e desencanto.
No balanço das águas a Deus vou cantando.

Navego no mar gelado das incertezas.
Meu comandante é a esperança.
E a solidão é minha fortaleza.

Tiago Di Moura

ESTOU A BRINDAR COM A TRISTEZA

De repente veio a tristeza.
A solidão em minha porta bateu.
Veio brindar a in(e)terna fraqueza.
Deste pobre e solitário Romeu.

Ó Minha Julieta! É assim que fazes?
Não morrestes, mas me abandonastes?

Estou pensando em pegar um trem.
O cianureto não me cai bem.
Pensando melhor, não és digna disto.
Tive má sorte, culpo aquele Calisto.

De fato, estou a brindar com a tristeza.
Mas não sou um homicida.
Tu não mereces minha vida,
Nem tampouco minha dor.

O que posso fazer se tenho sorte no jogo?
O que posso fazer se tenho azar no amor?

Abri a porta e a tristeza entrou.
Sentou-se à mesa e comigo chorou.
Venha minha cara, me fazes companhia.
Vamos tilintar as taças, nesta noite fria.
Tenho aqui um vinho barato, um tinto.
Ó caríssima tristeza, só tu entendes o que eu sinto.

Tiago Di Moura

A Chuva

Pendurada ao vento, nas alturas.
Com seu ritual, ó chuva, tu chegas.

Choro dos deuses,
canto da natureza.
Coro da alegria,
pranto da pureza.

A terra seca canta a água
Lá no alto do sertão
O coro de suas batidas
Soa jazz, batendo ao chão

Pendurada ao vento, nas alturas
Tu caíste ao ruído embalador 
Desce, ó chuva, às raízes mais profundas
E transforma a semente em uma bela flor

Pendurada ao vento, nas alturas.
Tu caíste nas tais terras de concreto.
Vai caindo, rugindo e lavando a secura.
Do meu corpo e alma por completo.

Pendurada ao vento, nas alturas.
Com seu ritual, ó chuva, tu chegas.

E lava vai... vai lavando o mundo mau.

Tiago Di Moura

Cantinho de Minas

O sol raia embriagado pela noite negra.
O café preto cheira cheiro de dia.
As beatas Marias com toda a pureza.
Juntas vão à igreja rezar em romaria.

Neste cantinho de Minas,
A noite é farta em cantoria.
Mas, a mais bela das sinfonias.
O vento canta nas altas colinas.

O nosso cantinho de minas.
Tem tristeza, tem amor, tem sorriso.
Tem céu azul, tem alegria... Pedaço do paraíso.

Paraíso encantado, cantinho... Meu canto!
De dia o vento e a brisa namoram.
De noite a chuva e os sapos choram.

Lilinha

Nos seios do “eu acho”.
Achei prosa boa,
 prosa barroca,
         prosa de Lilinha,
                   prosa calefática.
Neológica.

Mergulho no ciberespaço,
ao regresso da superfície da tela.
Nas águas de seus versos estou submerso
Emerso.
Torno-me asséptico de vãs palavras...
Vou-me eliliar de tudo isto.
Elucidar o inoxidável.
Regarei meus dias com belos textos, belas insígnias.
De frase em frase vou desbravando o mundo das palavras.
Frases tecidas, suas frases, emudecidas e projetadas.
Para o inatingível? Sim, muito além.
Um mergulho nos recônditos da alma [frase mariliana]

Marília,
Nome que diz tudo.
Nome de cidade, nome de santa.
Um pouco de muito.
Um tanto de Maria [nome sagrado]
Um pouco de mar,
Um tanto de família.

Perdoe-me o simplismo.
Não sou muito otimista.
Nem tampouco um artista,
Para tecer-te em versos.

Tiago Di Moura

Parabéns à Márcia

Minha cara amiga.
Dou-lhe os parabéns.
Para presentear uma cantiga.
Não preciso de vinténs.

Hoje fazes anos.
Fato o qual brindamos.
E a Deus nós suplicamos,
que realize seus planos.

Parabéns à Márcia tão querida.
À Márcia os parabéns pela vida.

Tiago Di Moura

Abrasileirado

Minha terra tem violas cantando glórias.
Tem batuques de atabaques de um povo feliz.
Ao som dos Katuquinarus cantando as vitórias.
Dos Hocchiku, povo sábio, agricultura motriz.

Minha terra tem Gil e Caetano cantando o amor
Tem Amado sim sinhô, Bahia, a grande Salvador.
Prosa boa, Chico Buarque, têm o Cristo Redentor
Como disse meu sinhô... a terra boa seu dotô.

Tiago Di Moura

Ciberespaço

Olhos na tela,
dedos nas teclas
Tem celular?
 Não, só e-mail,
além do Orkut
e também do facebook.
Responde meu scrap?
Faz-me um depoimento?
Agora não posso,
estou teclando no MSN.

Estou no ciberespaço
Estou no mundo real

Me envie um SMS,
zipe meu arquivo winrar.
Formate meu pendrive,
reinicie meu harware.
Googlando o assunto ideal
e twittando a rotina da vida
Instale-me um software.
Acesso negado, error fatal.
Link URL, página perdida.
Download do programa.
Extraia o doc, agora arquiva.

Estou no ciberespaço.
Estou no mundo real.
  
Os “dados” não se jogam mais.
O arquivo já não é morto.
O mouse não é mais um rato.
Windows? deixou de ser janela.

Estou no ciberespaço.
Estou na cibercultura.

Tiago Di Moura