terça-feira, 17 de maio de 2011

Conflito Interior

Noite nebulosa, tarde cinzenta.
Lá fora a chuva molha, o vento venta.

Dia pacato, noite inimiga,
 furtaram-me o sono
Insônia...
O jeito é ler Nietzsche,
 sozinho no frio do outono,
calado...

Ouço o cricrilar dos grilos em reunião.
Estes sons da noite me fazem companhia.
Rompendo esse silêncio da agonia,
e ritmando o compasso da solidão.

Ouço o barulho de chuva no telhado.
Encompassando meu blues solitário.
O jeito é ler schopenhauer...
Sozinho no frio do inverno,
isolado,

E esse vento...
Fortíssimo e violento.
Despenteando as velhas árvores da lembrança.
Aqui dentro minha alma chove lágrimas de esperança.

Hoje talvez não queira rimar,
nem mesmo queira falar.
Mas já estou rimando de fato.
Contradizendo-me no verso ornado.
De certo rime minha tristeza com alegria,
mas com alegria ela não rima.
De todo o certo com aspereza.
Sem métrica,
sem melodia.

Estou de luto interno.
Conflito interior.

Os fracos se suicidam,
Os sábios fazem poemas.

Tiago Di Moura

0 comentários:

Postar um comentário